Você já reparou? Nós vivemos nos dizendo adeus. Será que isso está certo? E se está, por que a gente vive voltando a se falar? Será que vamos voltar outra vem em um futuro bem distante? (tão distante que é capaz de não existir)
Acho que não. Dessa vez, não. Simplesmente cansamos. Simplesmente nos cansamos e deveria ser fácil seguir em frente. Começar de novo. Encontrarmos novos rostos, novos encantos, ficar com alguém interessante mesmo que fosse por algum tempo. Não sei por você, mas eu não consegui.
Tranquei-me no meu quarto. Sinto-me como alguém que perdeu alguma coisa importante, mas não sabe muito bem o que é, até mesmo se era tão importante assim. Gozado, estou vazia, aérea, flutuando nas tardes, juntando coisas,
refazendo caminhos, colecionando
lembranças felizes e relembrando palavras gostosas de ouvir, amontoado de preciosidades inúteis, não é mesmo?

Menina boba, por que você está se escondendo desse jeito? Pergunto a mim mesma
abraçada a uma foto sua, Viver para você é viver para o nada, é o que todos dizem. Dizem e eu não aprendo. Nem dou o braço a torcer. Eles têm razão, sei disso e é exatamente isso que machuca mais.
Meu amor é inútil. Minhas esperanças, grandes bobagens. Você não volta. Você não vai voltar. Seus compromissos são consigo mesmo. Tem medo de se envolver e gostar, sei disso. Tem medo de qualquer coisa permanente. O último dos aventureiros na face da terra. Descompromissado com tudo e todos.
É muito difícil se amar alguém quando o nosso principal rival é esse próprio alguém. Você se ama, você se ama demais. Você se respeita demais e, mesmo que não queria admitir, que passe o tempo fingindo ao contrário, você se leva a sério demais. A sua liberdade é um belo pretexto para não se lugar a ninguém e, ao mesmo tempo, ter todas. Dói, dói um pouco, admito, pois eu amo você. Por que negar, não é verdade?
Queria vê-lo mais uma vez, mas acho que foi melhor assim. Voltar a ver você seria ficar alimentando esperanças sem sentido, ficar falando sobre coisas que, sei bem agora, não têm tanto valor assim. Penso que não ia ser legal. Íamos incomodar nós dois. Chato. Muito chato. Bota chato nisso.
Vai ser melhor assim. Deve ser bom ter essa facilidade para lidar com os sentimentos dos outros e descartá-las como se troca uma roupa suja (ta, exagerei bastante ;O), mas não sei posso jogar esse jogo. Gosto de ir fundo nas coisas, conhecer profundamente, entregar-me por inteira. Para muitos sei bem, é uma desagradável falha de caráter, nos leva ao sofrimento, nos torna presa fácil e prisioneira de nossos sentimentos. Nada contra, Nada a favor. Eu sou assim e gosto. Machuca, mas o que é que nessa vida não machuca a gente, não é mesmo?
Sou uma grande boba, me apego às coisas. Gosto que as pessoas saibam que gosto delas. Meu amor é feito de gestos amplos e exagerados. Cometo pequenos crimes contra mim mesmos quando amo. Entrego-me.
O que escrevo aqui é tão bobo quanto eu. De qualquer forma, era uma necessidade. Eu precisava dizer que ainda o amo. Amo mesmo. Amo demais. Mesmo que não importe para mais ninguém, nem para você, importa para mim, fez bem, machuca um pouco agora que acabou, mas fez bem. Vivi todos os sentimentos desse amor de corpo inteiro e gostei. Vou guardá-los para mim. Um por um. Não perderei um sequer. Foi bom demais. Eu o amei de verdade. Foi sério. Eu não fiquei, já que você apenas ficou. Eu amei. Perdidamente, perdidamente, perdi a mente (super inteligente isso né?! *-*), só nos resta sofrer ou enlouquecer. Entregar-se de corpo inteiro à frustração, à angústia, até a decepção, certo sentimento de culpa, não sei. Lamentar o que poderia ter sido e não foi, o que chegou a ser, aquilo que ficou no vazio da possibilidade, agora inútil.
Der qualquer forma, eu repetiria tudo novamente. Muitas vezes. Só para me surpreender enganada em minhas atuais opiniões sobre tudo, para descobrir que a felicidade é possível, existe e até certo ponto é fácil de encontrar.
Tempo? Quem se preocupa com isso?
O tempo é uma abstração que rima com coração, paixão, mas é só isso. O tempo não existe para quem ama.
Continuo perdidamente apaixonada por você
Amor passado, amor inútil, amor platônico, meu amor, grande e pleno. Todo meu.
Você não precisa voltar. Não sei, mas algo me diz que não valeria a pena. Ficamos assim e ficamos “bem”.